quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Perfil Mutante

PERFIL MUTANTE

“Um monte de pedras deixa de ser um monte de pedras no momento em que um único homem o contempla tendo dentro de si a imagem de uma catedral.” (Antoine de Saint-Exupéry)
Desde os tempos da faculdade tinha certa implicância com os tais perfis psicológicos. O problema – para mim - de descrições acadêmicas é a simplificação e esquematização em função de objetivos científicos. Hoje traçam o perfil do sujeito que provocou a tragédia de Realengo. Se nos ajudará a evitar outras não sei dizer.
Atualmente quando buscamos um emprego, uma colocação, logo aparece o “perfil desejado”. Instrumentos foram criados frutos de longos anos de estudos de experientes psicólogos, sociólogos, antropólogos, administradores e profissionais de outras áreas para ajudar nessa busca e enquadramento. Sem dúvida estas análises vieram para auxiliar as empresas a entender quem é cada um de seus funcionários, o porquê de suas atitudes, de suas falhas, de seus sucessos e quais as suas tendências e preferências. Estas análises funcionam muito bem, são fontes riquíssimas de informações para que se possa construir uma equipe vencedora. Mas seria só ele – o perfil - suficiente para uma contratação? Até aqui temos o nosso para preenchimento de interesses, filmes, livros, músicas prediletas que falará ou não de nós. Diz quase tudo. Quase!
Fico pensando como é difícil traçar um perfil e quantas oportunidades são perdidas quando o fazem usando somente esse critério. Descrições de comportamento acabam apresentando um tipo “puro”, raramente encontrado na realidade. Não teríamos todos um potencial natural que não se encaixa nesse “purismo” a ser descoberto pela percepção – aguçada - de um eficiente “caçador”, “escutador” de talentos? Refiro-me à escuta para além de perfis desejados. Desse capital humano criativo que todos possuem e que são poucos os que auxiliam as pessoas a encontrá-lo e compreender o significado do que fazem de melhor. Quando um funcionário trabalha colocando a energia da criatividade e do prazer, para não dizer do amor, naquilo que faz não geraria mais lucro? As empresas, para serem competitivas, não têm que trabalhar com pessoas felizes e com parceiros? Não mais com empregados, escravos obedientes e submissos.
Nas concepções das teorias do comportamento humano, praticamente toda a conduta humana é motivada. Isto é, o homem age em função de obter satisfação para suas necessidades e desejos, conscientes e inconscientes, definindo um objetivo (algo no meio externo), a ser alcançado como resultado de uma conduta estratégica.
A necessidade de realização impele o indivíduo a buscar objetivos que envolvem atividades desafiantes, com uma acentuada preocupação em fazer bem e melhor que não é determinada apenas pelas possíveis recompensas em prestígio e dinheiro. Pessoas movidas pela necessidade de realização canalizam muita energia para o aperfeiçoamento e progresso constantes em seus desempenhos e realizações, gostam de resolver problemas que signifiquem um desafio para as próprias capacidades e cuja resolução produza sentimento de competência pessoal. Se houver prazer e alegria no trabalho as pessoas estarão conectadas com seu Eu. Há um engajamento no trabalho, não mais como uma obrigação mecânica desagradável, mas como a oportunidade de manifestação de seu potencial – qualidade única e intransferível como fator preponderante de cooperação com a organização, de prazer e de realização pessoal, aspecto indispensável a uma otimização do desempenho, antes do sucesso ou do poder. O compartilhar cooperando é o novo perfil da empresa na Era do Ser. E é em cima desse olhar que trabalho!!

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