quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O combate começa na mente

 É comum ver numa competição mundial o pódio com atletas estrangeiros e quase sempre
 um brasileiro em lágrimas, geralmente inconsolável. Isso quando o nervosismo não o tira da
 competição, quando ele era o favorito. Não é difícil lembrar-se de um esportista brasileiro nestas
 condições. Agora mesmo você acabou de lembrar-se de um. E o choro seria apenas a emoção
 eclodindo ou a surpresa de ter ganhado quando nem ele mesmo acreditava que seria possível?
Para os apreciadores do MMA e fãs do UFC, quero aqui resgatar a última luta do Anderson
 Silva contra Cris Weidman no UFC 162. O programa UFC Inside exibido no canal Combate,
 trouxe uma entrevista muito curiosa com o Cris Weidman. Seguem alguns trechos da entrevista:
“Pode soar como arrogante mão não é. Eu mentalizei diversas vezes a imagem onde estou
 ganhando do Anderson. Eu me vi várias vezes levantando o cinturão. O Anderson atua
 diretamente no campo psicológico, minando a confiança dos adversários.
Detalhe: essa entrevista foi concedida antes da luta. Weidman é bacharel em psicologia e
 fez uma preparação mental intensa treinando além da parte física a sua inteligência emocional.
Segundo o psicólogo e escritor Daniel Goleman, a inteligência emocional é a capacidade de
 identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir
 bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos. De uma forma mais direta,
 é a capacidade de administrar emoções para alcançar objetivos.
O padrão mental é trazido à existência por meio de nossas atitudes. Infelizmente nós brasileiros
 temos sido muito negligentes quando o assunto é a inteligência emocional. Quantos
 profissionais você conhece com elevado nível de competência, excelente formação acadêmica
 e que não são bem sucedidos? Quando vamos para o meio desportivo isso é potencializado.
Nós fazemos tudo certo. Somos um povo guerreiro, nos preparamos e treinamos pesado, mas
 quando chega na hora muitas vezes acontece tudo diferente de como imaginávamos. Talvez
 você tenha se lembrado da nossa seleção brasileira de futebol sendo diversas vezes
 desestabilizada psicologicamente por seus rivais e perdendo uma partida em que eram
 os favoritos. Os exemplos sobram. Somos conhecidos por sermos um povo irreverente e
 que costuma quebrar “protocolos”, mas a verdade é que temos dificuldade de cumprir os
 protocolos por causa do nervosismo. A quebra do protocolo funciona como calmante psicológico.
 Mas é preciso aprender a controlar a variável psicológica. Já está na hora de unirmos o preparo
 técnico com a inteligência emocional.
Em outra entrevista, também um lutador de MMA, após perder uma luta em que ele era o 
favorito, revelou ao entrevistador:
“Não quero aqui dar desculpas, mas quando estava no chão tentando finalizar a luta, alguém
 da platéia gritou o nome de minha filha, foi neste momento que eu perdi a luta. Ela está internada
 fazendo tratamento contra um câncer.”
Quando o campeão dos pesos pesados do UFC Júnior Cigano perdeu o cinturão para
 Cain Velasquez. Cigano estava no auge do processo de divórcio e o seu mestre Yuri Carlton
 informou que isso foi decisivo para a derrota do campeão. O nocaute de Cris Weidman sobre
 Anderson Silva aconteceu antes da luta. Foi tudo planejado e visualizado na mente de Weidman.
 Foi nesse terreno que ele derrotou o grande campeão Anderson Silva.
E você? Consegue imaginar-se alcançando aquele sonho? Será que você está realmente
 preparado para alcançá-lo? O que é que te desestabiliza? O que é que bloqueia suas habilidades?
 Quantas vezes você já foi prejudicado por não estar preparado mentalmente para uma situação em
 que poderia ter se preparado?
O coaching é um processo profissional amplamente consolidado na Europa e nos EUA e eles já
 entenderam a algum tempo que atitude é tudo. O trabalho do coaching passa pelo observador externo
 que tem uma capacidade privilegiada de observar e orientar o seu coachee com ferramentas eficazes
 para atingir os seus objetivos, potencializando as suas habilidades e talentos, aumentando o seu
 desempenho consideravelmente. Num processo de coaching há oportunidades de se trabalhar de
 forma intensa o desenvolvimento da inteligência emocional orientada para objetivos específicos,
 preparando-o para os riscos reais e ameaças que habitam no percurso para o êxito.
Tem muita gente que continua apanhando dos medos, dos traumas, da vida, da falta de preparo
 e treino da inteligência emocional.
Segundo Louis Paster, a sorte favorece a mente bem preparada. Conhecer a si mesmo é premissa
 fundamental para aqueles que querem vencer a grande batalha mental, onde a mente preparada
 nocauteia até os grandes campeões.
Robson Vitorino 

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