segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Hormônio do Amor


Hormônio do amor” pode ser capaz de curar várias doenças psiquiátricas

A ocitocina é um hormônio liberado pela glândula pituitária, que afeta tanto o corpo quanto o cérebro. No corpo humano, facilita contrações do útero durante o parto e ajuda na liberação do leite durante a amamentação.Nos últimos anos, muitos estudos sobre o hormônio ocitocina foram feitos. Ele até ganhou uma reputação de “hormônio do amor”.
O hormônio também afeta as interações sociais em um número de mamíferos, de ratos e toupeiras a cães e macacos. Por exemplo, estudos mostram que ratos que recebem ocitocina ficam mais juntos, e macacos que recebem o hormônio passam mais tempo cuidando uns do outros.
E há efeitos sociais sobre as pessoas também. Um deles mostrou que um spray nasal de ocitocina, maneira frequentemente utilizada para levar o hormônio direto para o cérebro, torna as pessoas mais confiantes. Outros descobriram que depois de tomar ocitocina, as pessoas olhavam mais frequentemente para a região dos olhos em imagens de rostos humanos. As pessoas olham para os olhos para ler o estado emocional e a confiança no outro.
Apesar de todas estas constatações, o uso médico do hormônio permanece limitado à obstetrícia; é utilizado para induzir o parto e ajudar na amamentação.
Algumas dessas pesquisas até chegaram à fase de ensaios clínicos – que testam a eficácia e a segurança de uma substância antes de aprovar uma droga – com resultados promissores, mas nada foi realizado.
Agora, pesquisadores estão tentando aplicar as descobertas sobre a ocitocina em tratamentos para doenças psiquiátricas. Eles afirmam que a capacidade única do hormônio de ajustar os relacionamentos e a intimidade pode remediar os sintomas da esquizofrenia, do transtorno de estresse pós-traumático (TSPT) e da ansiedade, bem como melhorar as habilidades sociais entre as pessoas com autismo.
Um dos estudos, com 15 pacientes esquizofrênicos, concluiu que aqueles que tomaram ocitocina durante três semanas, junto com a medicação regular antipsicótica, melhoraram seus sintomas e alucinaram menos do que aqueles que tomaram placebo.
O campo de tratamento da esquizofrenia atingiu um impasse nos últimos anos. Todos os medicamentos atuais têm os mesmos mecanismos de quando antipsicóticos foram descobertos há 50 anos. A ocitocina pode ser o novo mecanismo capaz de melhorar os sintomas da doença através de uma via diferente.
Considerando os efeitos sociais da ocitocina, faz sentido a hipótese de que ela também poderia tratar o autismo, condição caracterizada pela dificuldade em interagir com os outros. Pesquisadores já demonstraram que pessoas com autismo têm, naturalmente, menores níveis de ocitocina.
Agora, um estudo descobriu que pessoas com autismo que receberam ocitocina foram capazes de determinar o tom emocional de discursos mais consistentemente do que aqueles que receberam placebo.
Já estudos sobre outras doenças têm mostrado resultados mais mistos. Pacientes com transtorno de ansiedade social que tomaram ocitocina melhoraram a sua auto-imagem enquanto faziam um discurso. No entanto, após cinco semanas de tratamento, que incluiu também ensinar os pacientes a enfrentar seus medos sociais, a ocitocina não provocou nenhuma mudança em relação aos pacientes que receberam o placebo.

Revista Science

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