sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Porque a psicoterapia de base analítica está indicada para o tratamento dos transtornos autísticos



Porque a psicoterapia de base analítica está indicada para o tratamento dos transtornos autísticos 

Agregando seu voto de protesto aos de colegas de outras instituições, a SBPSP vem responder à série de eventos que culminaram com o fechamento do CRIA, trazendo argumentos que esclarecem o importante papel das psicoterapias de base analítica, também chamadas psicodinâmicas, no tratamento dos Transtornos Autísticos em particular e nos transtornos do desenvolvimento em geral. 

É um consenso entre os pesquisadores que o déficit central nos transtornos autísticos se encontra na capacidade de se interessar e se comunicar com os outros (intersubjetividade). A atenção por objetos compete desde muito cedo com a atenção social, assim como a preferência pelas sensações - como lamber, rodar, correr- compete com a interação interpessoal. O resultado é uma intensa dificuldade em expressar e regular as próprias emoções, gerando um círculo vicioso de isolamento progressivo. 

Mudar [ou treinar] o comportamento, ainda que isto possa trazer atitudes mais aceitáveis, não é suficiente para reformular a estrutura mental desviante. Há que investir maciçamente na criação de oportunidades de relação que ajude a criança a regular e reconhecer seus estados emocionais através das experiências emocionais com o outro. Esta é a tarefa da psicoterapia de base analítica: buscar reconhecer/inferir os estados mentais a partir da observação detalhada e sintonizada do comportamento não verbal da criança, convocar para o contato a partir do que a criança é (e não daquilo que queremos que ela seja), amplificar o movimento da criança em direção ao contato com o outro e envolver a família neste esforço de descobrir uma mente onde pode parecer existir só um conjunto de comportamentos bizarros. 

Para exercer esta função é necessário uma formação profissional específica e prolongada; tal tratamento não pode ser manualizado, já que é ajustada ao individuo que a criança é, e não a uma categoria diagnostica. 

Apesar das dificuldades inerentes a tal prática para a realização de pesquisa quantitativa de resultados, inúmeras investigações qualitativas, de estudos de caso e série de casos, mostram os resultados animadores da aplicação das psicoterapias psicanalíticas em casos de transtornos autísticos e em bebês em situação de risco. 
Texto da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo

Adrienne Lucas/Clínica Innover(BH)
Psicóloga com especialização em tratamentos para o autismo e outras síndromes
Contato:(31)25113013/(31)97597949.

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