segunda-feira, 29 de abril de 2013

CIÚMES ALÉM DA CONTA



CIÚMES ALÉM DA CONTA



Ao abordar esse tema, vale dizer que o ciúme é um sentimento normal e inato do ser humano,

 ocasionado pelo desejo da exclusividade na amizade ou amor por determinada pessoa.
 Estudiosos do assunto consideram o ciúme como uma espécie de temor, que remete ao
 desejo de se conservar alguma conquista, variando apenas o objeto de desejo. No caso dos
 relacionamentos amorosos, o homem em relação à mulher ou vice-versa. 
Podemos dizer que o ciúme é normal, quando é passageiro e a pessoa que vive essa

 experiência não fica
 fixada com a ideia ou fato provocador. Uma das características do ciúme normal, é que
 ele é provocado
 por uma situação específica, sendo baseado em fatos reais. O que está em jogo nesse tipo 
de ciúme é o
 desejo de preservar o relacionamento e não sentimento de traição ou posse sobre o outro.
Por outro lado, o ciúme patológico começa a se configurar quando pensamentos provocam

 preocupações 
infundadas ou fantasiosas, com a interpretação de que o relacionamento está sendo ameaçado
. Este tipo
 de ciúme pode se provocado pelas mais variadas situações, sendo sua origem baseada num
 sentimento
 de inferioridade e insegurança, onde indivíduo, sem estar baseado em fatos concretos, sente-se
 desprezado, alienado e descartado pelo outro.
O ciúme patológico pode estar relacionado ao desenvolvimento de um distúrbio de personalidade

 denominado "Transtorno de Personalidade Paranóide", onde a pessoa apresenta desordem de
 pensamentos,
 acompanhado de sentimentos e comportamentos que prejudicam seu cotidiano, sua vida de um
 modo geral
 e principalmente sua vida conjugal.
É comum nas pessoas com ciúme patológico a compulsão por verificar constantemente as suas

 dúvidas,
 com relação ao outro, provocadas por seus pensamentos disfuncionais, chegando ao ponto de
 se dedicar
 exaustivamente a invadir a privacidade e atrapalhar a liberdade do parceiro. Na expectativa de
 constatar
 suas suposições fantasiosas em relação ao outro, a pessoa assim, monitora seu parceiro nas
 redes sociais,
 examina ligações do celular, examina bolsos, pertences e muito mais. Tudo isso, na tentativa 
de aliviar seus
 sentimentos de dúvida e insegurança, provocados involuntariamente pelos pensamentos disfuncionais.
A boa notícia é que esse comportamento negativo tem solução. Mas para isso, a pessoa com ciúme

 patológico deve reconhecer que seu sofrimento é resultante de um distúrbio mental, necessitando de
 tratamento psicológico e em alguns casos, tratamento psiquiátrico. Para isso, é importante que o(a)
 parceiro(a) entenda o funcionamento dessa psicopatologia e atue ajudando seu par no enfrentamento
 e nas recaídas por eventuais crises de ciúmes.
O tratamento psicológico deve envolver o cliente num ambiente de aceitação, acolhimento e

 reconhecimento
 das suas dificuldades, de forma que assim se estabeleça uma relação terapêutica que permita
 a expressão
 dos pensamentos disfuncionais e ideias paranóides. Assim, em psicoterepia, o cliente sentirá
 mais liberdade
 e segurança para relatar suas “fraquezas”, “paranóias” e “bizarrices”, provocadas por esse
 distúrbio mental.
A partir dessa relação de confiança com o Psicólogo, se estabelecerão estratégias, baseadas

 nos conteúdos
 trazidos em psicoterapia, onde o cliente elaborará um contato mais pleno consigo, fará
 uma revisão das
 situações que provocam ciúmes e de seus comportamentos, aprenderá a identificar e
 lidar com seus
 pensamentos disfuncionais, a fim de desestimulá-los. Assim, com a ajuda profissional e
 familiar, a pessoa
 pode adotar novas atitudes na sua relação com as pessoas, sinalizando que um novo e
 saudável caminho começou a ser trilhado.

Pedro Leite Machado


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