domingo, 14 de abril de 2013

Os Estágios da Dor da Morte


Os Estágios da Dor da Morte

Por meio da observação da mudança de comportamento dos pacientes diagnosticados como terminais a psiquiatra e pesquisadora Elizabeth Kübler-Ross elaborou um modelo que se tornou referência quando se fala no assunto da terminalidade. Seu modelo propõe uma descrição de cinco estágios pelo qual as pessoas passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia. De acordo com esse modelo, pacientes com diagnósticos de terminalidade passam pelos cinco estágios da dor da morte. O modelo foi apresentado por Kübler-Ross (1991) em seu livro Sobre a morte e o morrer, publicado originalmente em 1969 (KÜBLER-ROSS, 1991).
A referida autora fez alteração quanto ao termo estágios da morte para tarefas emocionais, pois passou a considerar que o termo estágio não correspondia à realidade de todos os pacientes moribundos, pois em seus estudos posteriores observou que esses estágios podem ser vividos de forma variada de pessoa para pessoa.
No entanto, iremos utilizar a terminologia estágios, pois ainda hoje outros estudiosos da área referem-se aos estudos da autora sobre a morte como estágios.
Dessa forma dividiu os cinco estágios da morte da seguinte forma: negação e isolamento; ira/ raiva; barganha; depressão e aceitação. Antes do primeiro estágio ocorre o choque inicial, logo após vem à negação e isolamento (KÜBLER-ROSS, 1991).
O estágio da negação e isolamento é o momento pela qual o paciente tem o choque a partir da descoberta da sua situação e se defende da ideia da morte, recusando-se ao aceitá-la como realidade (KÜBLER-ROSS, 1991).
O estágio da raiva é o momento no qual o paciente coloca toda sua revolta diante da notícia de que seu fim está próximo e acha que é uma injustiça da vida aquilo está acontecendo com ela. E em consequência disso, muitas vezes, o paciente chega a ficar irritado e/ou agressivo com as pessoas que estão ao seu lado (KÜBLER-ROSS, 1991).
Já o estágio da barganha é o momento na qual o paciente tenta ser bem comportado, na esperança de que isso lhe traga a cura. É comum o paciente negociar com o mundo espiritual ou com alguma divindade a sua cura, prometendo ser uma pessoa melhor e apresenta uma melhora diante da enfermidade (KÜBLER-ROSS, 1991).
O estágio da depressão é a fase na qual o paciente se recolhe, vivenciando uma enorme sensação de perda. Quando o paciente percebe que sua barganha com o mundo espiritual e/ou com alguma divindade não surtiu efeito e começa a tomar consciência da sua real situação. O paciente entra em um estado depressivo, com acentuada baixa no otimismo e na esperança, mas a esperança permanece (KÜBLER-ROSS, 1991).
E por fim o estágio de aceitação é o qual muitos não conseguem alcançar. Ele é considerado o momento no qual o paciente já não experimenta o desespero e nem nega sua realidade. É comum que o paciente faça declarações, perdões e reconciliações. Esse é um momento de descanso e serenidade antes da longa viagem (KÜBLER-ROSS, 2005).
Neste estágio há uma mudança de humor e de postura em pacientes próximos da morte. Ao aceitar a sua finitude os pacientes começam a relaxar e apresentar uma postura serena, mais espiritualizada. E logo depois da morte suas feições demonstram uma paz, uma calma e uma serenidade (KÜBLER-ROSS, 1991). 
Segundo Santos (2008), além dos estágios propostos por Kübler-Ross ele acrescenta mais um estágio que chamou de esperança. Ele afirma que o estágio da esperança está presente em todos os demais estágios. Assim sendo, a esperança entraria como um estágio da dor da morte, mas de forma diferente dos outros estágios, pois ela estaria presente em todos os outros, dependendo da situação em pouca ou grande quantidade. Esse autor, contudo, não modificou os estágios propostos por Kübler-Ross, mas apontou algo que não havia sido explicito diretamente pela autora. Já que a autora sempre fala da esperança como componente em todos os estágios, sendo, pois, consciente ou mesmo inconsciente.
Assim, é preciso compreender o quanto é importante discutir e falar sobre a morte entre os profissionais de saúde. Entender os estágios da morte se faz necessário para um atendimento humano.  Entra então em cena o profissional de psicologia para acolher e tentar aliviar o sofrimento do paciente em estado terminal.

Adrienne Lucas-(31)97597949

Psicoterapeuta cognitiva comportamental

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